Polícia


Após incêndio, leitor denuncia descaso na estrutura do COE: “acabou acontecendo o que já era previsto”


Publicado 04 de maio de 2022 às 11:01     Por Fernanda Sales e Larissa Barros     Foto Leitor / AjuNews

Após o incêndio registrando na última semana no Centro de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar de Sergipe, o AjuNews recebeu uma denúncia de um leitor, nesta quarta-feira (4), afirmando que integrantes do prédio já vinham reclamando da estrutura do prédio antes do incêndio.

De acordo com a denúncia do leitor, devido a falta de estrutura no prédio, “acabou acontecendo o que já era previsto”. “O prédio vem caindo há tempos e os próprios integrantes realizam reformas emergenciais com o dinheiro do próprio bolso, através de contribuições, sorteios e doações. Tempos atrás, o muro da unidade foi pintado pelos próprios integrantes através da doação de tintas que um vereador da região conseguiu. Vários aparelhos de ar-condicionado utilizados para o mínimo de conforto dos integrantes foram adquiridos, instalados e realizadas manutenções com recursos dos próprios integrantes, pois a instituição sempre nega os pedidos de aparelhos novos que ficam parados no almoxarifado”, declara o denunciante.

Ainda segundo a denúncia, documentos já foram solicitados para reformas estruturais e elétricas aos gestores. “E o portão da entrada foi custeado pelos integrantes que cansaram de aguardar providências de quem deveria resolver o problema”.

Outra questão denunciada pelo leitor, é sobre o interesse em retirar o COE do bairro Aeroporto. “Há tempos que existe o interesse de enviar a unidade para um prédio, totalmente sem estrutura dentro da Escola Agrotécnica, em São Cristóvão, mas não é só a falta de estrutura do prédio q preocupa. O fato é que lá também existem outros problemas sérios: acesso difícil até para viaturas traçadas, problemas com o sinal de celular, problemas para acesso à internet, o próprio rádio da polícia não funciona na região. Então nos resta a pergunta: por que enviar uma unidade especializada no combate ao crime organizado, assaltos a banco, sequestro, especialista em resgate de reféns e uso de explosivos para um local onde ficará totalmente incomunicável? Por que retirar a unidade de um ponto estratégico (bairro Aeroporto), onde seria necessário somente realizar uma reforma estrutural para enviar para outro local que também não apresenta nenhuma estrutura?”, critica.

Sobre o incêndio
Com relação ao incêndio registrado na última sexta-feira (29), o denunciante também cita como os integrantes do COE contiveram o incêndio. “O incêndio ficou contido em uma única sala porque sete bravos guerreiros arriscaram suas vidas inalando uma fumaça bastante tóxica e enfrentando o forte calor e as chamas evitando que o fogo não se espalhasse atingindo explosivos e munições até a chegada dos bombeiros, que conseguiram apagar o fogo. Todos os sete policiais foram levados para o Hospital Municipal da Zona Sul, no Augusto Franco, onde dois deles ficaram o dia em observação, fazendo uso de máscara de oxigênio. Esses heróis anônimos precisam de ajuda, pois cansaram de lutar calados. A sociedade não merece perder seus heróis para satisfazer interesses pessoais”.

O denunciante critica ainda que o incêndio poderia ter sido evitado. “O material elétrico que seria para ter feito o serviço na base há tempos e não fizeram, ocorreu o sinistro e poderia ter sido evitado se tivessem feito. Improbidade administrativa? Sem falar das caixas de pólvoras vencidas que retiraram do SAM/QCG porque lá foi interditado também e mandaram guardar no COE onde não existe local adequado.

Ainda segundo o leitor, que enviou diversas imagens das estruturas do COE, “o teto preto foi devido a fumaça, mais não afetou a estrutura do prédio, só pintura. Depois de ter feito vários pedidos e alertado ao comandante geral da precariedade da parte elétrica, o mesmo fez a compra do material como tem na foto mais não mandou ninguém executar a obra. E com o agravante de ter enviado do QCG para guardar no COE uma quantidade significativa de pólvora”, finalizou a denúncia.

Nota da PM
Em nota enviada ao AjuNews, nesta quarta-feira (4), a assessoria da Polícia Militar (PM) de Sergipe informou que “na verdade, anteriormente ao incidente do incêndio já havia um planejamento para a reforma do prédio, que já está em fase de andamento a reforma da unidade”.

Leia mais:
Recém-inaugurada, base de unidade da PM pega fogo em Aracaju



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso