Polícia


Após polícia concluir inquérito, MP solicita mais diligências no caso da Serra da Miaba


Publicado 08 de fevereiro de 2021 às 19:56     Por Fernanda Souto     Foto Divulgação/ SSP

Quatro meses após o crime ocorrido na Serra da Miaba, em São Domingos, no Agreste Sergipano, o Ministério Público do Estado (MP-SE) solicitou novas diligências à Polícia Civil. A informação foi confirmada pelo próprio MP ao AjuNews. O caso que investiga o desaparecimento da universitária Joana Gabriela Coutinho, 21 anos, que foi drogada e agredida Serra da Miaba, corre em segredo de justiça

Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SE) informou que já tinha encerrado o inquérito e enviado ao órgão estadual. No entanto, não detalhou sobre as novas diligências solicitadas. A polícia também não informou se os investigados seguem presos.

Ainda de acordo com o MP-SE, também foi solicitado ao Hospital Governador João Alves Filho que encaminhe um relatório médico da vítima. A universitária ficou internada por mais de duas semanas no local com lesões na coluna e hematomas pelo corpo.

À reportagem, a mãe de Joana, a técnica de enfermagem, Rosani Chagas Coutinho, afirmou que a filha ainda está em fase de negação e continua fazendo tratamento com fisioterapia e acompanhamento psicológico. Segundo ela, a filha não se recorda do que aconteceu.

“Ainda não se recorda do que aconteceu, só que foi muito ameaçada pelo argentino quando ela quis ir embora, como disse em depoimento. Ele perguntava a ela se realmente sairia dali. Quem ia para lá não sai assim, que ela deveria se sentir privilegiada por estar ali”, disse a técnica de enfermagem. “Ela recorda bem das ameaças e opressões. Ela ainda vive uma fase de negação”, acrescentou.

Em outubro, foram presos o suspeito Ryan Vinícius, os argentinos Guido e Lucas, o piauiense Maicon e o homem que vendeu a bebida com cogumelo para os jovens. Os quatro primeiros são investigados por sequestro, tentativa de homicídio, estupro e tráfico de drogas. Ainda há uma investigação paralela contra os argentinos, que teriam ameaçado outra vítima no dia seguinte. Um deles segue em liberdade.

De acordo com as investigações, Joana conheceu Rayan por meio das redes sociais, 15 dias antes de fazer a trilha na Serra. No dia do ocorrido, a descrição da jovem indica que ela foi drogada involuntariamente. Ao tentar fugir, ela foi ameaçada por Ryan e pelos argentinos, que acampavam a 100 metros de distância.

A estudante foi encontrada por dois moradores locais em região de difícil acesso na serra, no dia 4 de outubro. Além de bastante debilitada com um ferimento no couro cabeludo que já apresentava larvas, Joana tinha hematomas na lombar e alguns ferimentos nas pernas.

Logo após o crime, a Polícia Civil iniciou as investigações que duraram 18 dias. Três inquéritos policiais e mais de 30 oitivas foram realizados.



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