Polícia


‘Confiei meu filho a ela, que não teve paciência para cuidar’, diz mãe do menino Miguel sobre a patroa


Publicado 05 de junho de 2020 às 09:17     Por Redação AjuNews     Foto Reprodução / TV Globo

A empregada doméstica Mirtes Renata Souza, mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, 5 anos, que morreu ao cair do 9° andar de um prédio no Centro do Recife, em Pernambuco, desabafou nesta quinta-feira (4) sobre sua perda e sobre a responsabilidade de sua patroa na tragédia.

“Ela confiava os filhos dela a mim e à minha mãe. No momento em que confiei meu filho a ela, infelizmente ela não teve paciência para cuidar, para tirar (do elevador). Eu sei, eu não nego para ninguém: meu filho era uma criança um pouco teimosa, queria ser dono de si e tudo mais. Mas assim, é criança. Era criança”, afirmou em entrevista à TV Globo.

Mirtes Renata, que trabalhava no apartamento de Sari Gaspar Corte, mulher de Sérgio Hacker, prefeito de Tamandaré, ela saiu do 5° andar e desceu ao térreo para passear com o cachorro e deixou o filho aos cuidados da empregadora.

O menino acabou se perdendo no prédio subiu para o 9° andar, onde fica uma área comum com os aparelhos de ar-condicionado, escalou a grade que protegia os equipamentos e caiu de uma altura de 35 metros.

“Vi meu filho ali, estirado no chão. Não demorou muito e tivemos a notícia de que meu filho virou estrelinha, que está lá com Jesus e Maria. Está lá no colo de Maria”, lamentou Mirtes.

As autoridades, que atuaram a patroa por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, não revelaram a identidade dela, o que foi alvo de crítica da mãe de Miguel.

“Se fosse eu, meu rosto estaria estampado, como já vi vários casos na televisão. Meu nome estaria estampado e meu rosto estaria em todas as mídias. Mas o dela não pode estar na mídia, não pode ser divulgado. Se fosse eu, a essa hora, já estava lá no Bom Pastor (Colônia Penal Feminina), apanhando das presas por ter sido irresponsável com uma criança”, acrescentou a doméstica.

A Polícia Civil de Pernambuco informou que os nomes dos patrões da doméstica não seriam divulgados por causa da necessidade de “cumprimento da lei de abuso de autoridade”.

Após assistir ao vídeo das câmeras de segurança, a doméstica ainda ligou para a patroa e ouviu dela que não tinha apertado o botão do elevador e que iria provar isso.

Sari chegou a ser presa em flagrante, mas pagou R$ 20 mil de fiança e responderá em liberdade. Procurados, o prefeito de Tamandaré e a assessoria de comunicação do município, a 114 km do Recife, não se manifestaram. Sérgio Hacker mantém residência nas duas cidades.

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