Polícia


Empresário é preso após simular sequestro e se automutilar em Aracaju


Publicado 09 de março de 2020 às 11:44     Por Redação AjuNews     Foto Arquivo / SSP-SE

A Polícia Civil prendeu um empresário, de 44 anos, enquanto prestava esclarecimentos como suposta vítima de extorsão mediante sequestro, nas dependências do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE), em Aracaju, na última sexta-feira (6).

Investigadores do COPE e da Divisão de Inteligência Policial (Dipol) estiveram com familiares e amigos do empresário que atua no mercado financeiro após tomar conhecimento de que naquele dia, o homem teria sido sequestrado quando entrava no próprio veículo, que estava estacionado em frente ao edifício do escritório dele, no bairro Jardins.

Segundo a polícia, os supostos autores do crime passaram a se comunicar com a família, exigindo senhas de administração de contas empresariais, como preço pelo resgate. Fotos do empresário, aparentemente sendo torturado, foram enviadas à família.

Após cessar a comunicação, os supostos sequestradores libertaram o homem em um município do interior do estado, 15 horas após supostamente ter sido levado, indicando que a obtenção dos valores teria sido feita.

Após algumas diligências, os policiais passaram a desconfiar da história do sequestro. Ainda durante investigações, a equipe encontrou o local do suposto cativeiro e a fraude confirmada, pois as informações, segundo a polícia, comprovaram que ele tinha se hospedado voluntariamente em um hotel do interior do estado, onde tirou as fotos após se auto lesionar, provocando hematomas no rosto e queimaduras superficiais no peito.

Ao ser confrontado com as provas, ele confessou ter forjado o próprio sequestro, mas negou que realmente tivesse desviado valores das contas de sua empresa, onde opera investimentos de terceiros, sócios/clientes, em corretoras nacionais e internacionais de moedas estrangeiras. Ele esclareceu que o crime visava apenas ganhar tempo enquanto conseguia liquidez para pagar alguns compromissos que venciam um dia após a data do sequestro.

Como as contas dele estavam bloqueadas, a versão do investigado não pode ser confirmada e para garantia de que o falso sequestro não teria resultado prejuízo a terceiros, visando, ainda, manter a garantia da ordem financeira, a prisão preventiva do suspeito foi decretada com o objetivo de melhor esclarecer os fatos e garantir que não fossem realizadas transações financeiras que interferissem na investigação.

Até o prazo para conclusão da investigação, a polícia colherá esclarecimentos de outros dois envolvidos que auxiliaram o homem na simulação do sequestro, bem como trabalhará com apoio dos operadores financeiros para concluir se houve, ou não, prejuízo financeiro. Até o presente momento, não foram encontrados indícios do envolvimento de familiares e funcionários da empresa na trama criminosa.



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