Polícia


Ex-alunas de escolas particulares denunciam assédio sexual cometido por professor de dança em Aracaju


Publicado 01 de junho de 2020 às 09:53     Por Redação AjuNews     Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mulheres e jovens de Aracaju expuseram diversos casos de assédio sexual por meio da hashtag #exposedaracaju, que teve mais de 100 menções, comentários e compartilhamentos no Twitter, desde sábado (30), de acordo com o rastreador de hashtags Brand24. Segundo os relatos, a maioria aconteceu quando elas eram adolescentes.

Um dos casos envolve um professor de dança, denunciado por mais de 15 meninas que na época do ocorrido tinha entre 11 e 16 anos. O professor é bastante conhecido e foi contratado para criar coreografias em gincanas e apresentações de final de ano de várias escolas particulares na capital sergipana.

Todas contam que ele as apalpava, com a justificativa de que iria ajudá-las com alongamentos e massagens, melhorando o desempenho das mesmas na coreografia e quando a dança era feita em conjunto, ele normalmente esperava os meninos saírem para os “alongamentos” começarem.

“Depois de ensaiar, ele disse que iria nos alongar, pediu para abrirmos as pernas e ficou nos apalpando, eu achei muito estranho e ficava tentando ir mais pra trás, e ele só colocando a mão nas nossas partes íntimas. Teve uma hora que eu perguntei o porquê de ser naquela região o alongamento, já que nenhum outro professor de dança fazia isso comigo e ele disse que era assim mesmo, que era pra eu ficar mais flexível e mandava eu abrir mais”, lembra uma das mulheres.

Uma das vítimas afirma que contou o fato para o diretor da escola e o professor foi proibido de entrar na instituição. Mas, ele continua trabalhando, tanto fazendo coreografias para grupos de jovens na escola, quanto em academias. Segundo outro relato, o mesmo professor já chegou a ser demitido de um estabelecimento por “exercer a profissão da educação física sem formação”.

No ano de 2018, o professor trabalhou com alunas entre 13 e 14 anos que relataram o mesmo comportamento do educador. “Inclusive, ele sempre pedia para uma amiga minha chegar mais cedo pra ter mais tempo de alongar ela. […] Uma vez aceitamos e com a massagem ele passou a mão entre as pernas, bunda e coxas das meninas. […] Ele que tirou nossas medidas pois disse que a costureira não estava disponível. Minhas amigas começaram a levar os namorados para os ensaios e ele sempre reclamava disso, ficava mandando várias mensagens pra elas oferecendo massagem, até que o namorado de uma se irritou e ele a bloqueou.”

O assédio também acontecia por meio de aplicativos de mensagens instantâneas. “Tenho vários prints dele dando em cima de mim em 2012/2013, eu tinha 14/15 anos e não entendia, apesar de achar estranho”, lembra a vítima.

Há ainda o relato de assédio sexual cometido por um professor de biologia. Em 2014, segundo uma das vítimas, ele ensinou em duas escolas particulares da capital sergipana. “Ficava chamando a gente para ir até o carro, dizendo que daria questões da prova. Logo depois fiquei sabendo que estava super acostumado a fazer isso no Americano Batista”, disse. Veja o relato completo no fim da matéria.

Os relatos apontam casos de assédio sexual cometidos por tatuadores, pessoas da família e até cantores famosos no estado. A grande maioria dos depoimentos é anônimo.

 

Serviço – Qualquer tipo de violência contra minorias pode ser denunciado à Delegacia de Grupos Vulneráveis (DAGV) pelo número 79 3205–9400.



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