Polícia


Grupo de matadores suspeito do assassinato de Marielle cobrava até R$ 1,5 milhão por crime


Publicado 01 de julho de 2020 às 07:14     Por Redação AjuNews     Foto Reprodução / TV Globo

O grupo de matadores de aluguel, suspeito de assassinar a vereadora Mariellle Franco, cobrava até R$ 1,5 milhão por crime, segundo a polícia. Os criminosos foram alvos de uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) na manhã desta terça-feira (30). As informações são do jornal O Globo.

Segundo o titular da Delegacia de Homicídios (DH), Daniel Rosa, os principais clientes seriam contraventores em disputas por pontos de exploração de jogo. “Foram prisões relevantes, não só para esclarecer os casos em andamento na DH, como para proteger a população do Rio, uma vez que eles matavam por dinheiro. Eles cobravam de R$1 milhão a R$ 1,5 milhão”, afirmou o delegado.

Segundo Daniel Rosa, o grupo era contratado para executar friamente. O valor da morte por encomenda dependia da dificuldade do “serviço”, de acordo com o delegado. “O nível de sofisticação chegou a nos impressionar durante as investigações. Em alguns casos, os criminosos usaram drones. Para fazer a vigilância de suas vítimas, ficavam seis, sete, nove meses até conseguirem seu objetivo: executar friamente com diversos tiros de fuzil”, detalhou Rosa.

Um dos mandados de busca e apreensão foi contra o contraventor Fernando Ignacio, genro do famoso bicheiro dos anos 80 e 90, Castor de Andrade, já falecido. De acordo com o delegado da DH, ele é suspeito de pagar o grupo pela morte de um rival conhecido como Andinho.

O principal alvo da operação é Leonardo Gouvea da Silva, o Mad, substituto do ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Adriano Magalhães da Nóbrega, à frente da organização criminosa.

Mad foi preso em sua casa, de dois andares, na Vila Valqueire, na Zona Norte do Rio. O preso foi logo se justificando, sem que fosse perguntado: “Não tenho nada com a morte da Marielle”, respondeu para o delegado e para a coordenadora do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Simone Sibilio.

Simone foi a responsável por coordenar as buscas na casa de Mad, que fica num condomínio de classe média, com piscina e churrasqueira. Ela revistou o armário dele. O carro de Mad, uma Pajero, também foi alvo de buscas.

De acordo com as investigações, Mad e seu grupo são acusados do assassinato do empresário Marcelo Diotti da Mata, no estacionamento do restaurante Outback, na Avenida das Américas, Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no dia 14 de março de 2018.

Diotti foi alvejado ao lado de seu carro, um Mercedes SUV branco. No local, foram encontradas cerca de 20 cápsulas de calibres 7.62 e 5.56. A data do homicídio de Diotti coincide com a dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, no Estácio, na Zona Norte do Rio. Os dois crimes ocorreram à noite.

O bando de Mad foi investigado até outubro de 2018 pela morte de Marielle, quando uma denúncia anônima chegou à DH informando que Ronnie Lessa havia executado a parlamentar. Mad e Tonhão, inclusive, haviam sido ouvidos pela DH sobre o Caso Marielle, assim como o ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, em agosto de 2018. No entanto, o titular da DH Capital, delegado Daniel Rosa, descartou a participação do bando na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.



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