Mulheres fazem novas denúncias de assédio sexual contra membros e líderes religiosos da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), em Aracaju, nesta segunda-feira (19). As denunciantes fizeram relatos em entrevista concedida à TV Sergipe, mas as denúncias, segundo elas, já foram registradas pela polícia.

As novas denúncias acontecem um mês após as primeiras acusações de assédio e importunação sexual. Em alguns casos, elas afirmam que sofreram assédio quando ainda eram adolescentes. “Na porta da igreja, uma vez ele me parou e afirmou que eu estava ficando gostosa, eu tinha 14 anos e ele tinha 25”, disse uma das mulheres.

Durante a entrevista, uma outra mulher comenta uma confraternização realizada na casa de um dos membros da igreja, quando ela tinha 17 anos. “Eu fui para uma confraternização e lá o filho dele chegou e falou que era para eu me afastar, pois ele não se responsabilizaria pelos atos dele. Foi quando eu fiquei assustada e fiquei perto dos meus pais”.

De acordo com o G1, todas relataram que após os episódios deixaram de frequentar a igreja, e uma delas afirmou que não participa mais de nenhuma congregação religiosa. “Desde lá eu não frequento nenhuma igreja, porque tive uma experiência muito traumatizante”.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Sergipe, o caso está sendo investigado pelo Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), mas não há prazo para a conclusão. Na investigação, já foram ouvidas várias pessoas e as informações têm sido colocadas à disposição tanto dos advogados de defesa, quanto da advogada que representa as vítimas.

Na semana passada, a direção da igreja divulgou uma nota informando que está acompanhando, com atenção, desde o início, os procedimentos investigativos sobre notícias de supostas condutas impróprias, que teriam sido atribuídas a pastores pertencentes a seu quadro. E que aguarda a conclusão dessas investigações para, então, atuar com todas as medidas que forem pertinentes.

Igreja Quadrangular no Brasil
Também existem denúncias contra o presidente da IEQ no Brasil, o pastor Mário de Oliveira, segundo a coluna de Narcizo Marchado, divulgada no último domingo (18). Em 2007, Mário de Oliveira foi acusado de contratar um pistoleiro para assassinar o pastor e então deputado Carlos William num processo arquivado por falta de provas. Ele foi deputado federal por vários anos e renunciou ao último mandato em 15 de julho de 2013, alegando razões de saúde.

Leia mais:
Após protesto, Igreja Quadrangular se posiciona contrária aos “atos de violência” e comenta “supostas condutas impróprias” de pastores
‘Tentei tirar minha vida’, diz vítima de assédio sexual por membro da Igreja Quadrangular
Membros de igreja evangélica em Sergipe são denunciados por assédio sexual