Polícia


Operação Trabalho Escravo: PF deflagra operação e resgata 11 trabalhadores em Capela e Maruim


Publicado 31 de janeiro de 2022 às 10:48     Por Fernanda Sales     Foto Divulgação / Polícia Federal de Sergipe

A Polícia Federal (PF) em Sergipe deflagrou a Operação Trabalho Escravo e resgatou 11 trabalhadores, oriundos do Maranhão e do Piauí, que eram submetidos a jornada exaustiva e estavam sujeitos a condições degradantes de trabalho. Os trabalhadores atuavam no município sergipano de Capela e os alojamentos ficavam localizados em Maruim.

A operação visa combater o crime de Redução a Condição Análoga à de Escravo, previsto no artigo 149 do Código Penal, investigado através de inquérito policial. A ação foi realizada nos dias 24 e 25 de janeiro, em parceria com a Superintendência Regional do Trabalho em Sergipe e o Ministério Público do Trabalho (MPT). De acordo com a polícia, a notícia inicial é que os trabalhadores foram recrutados do Estado do Rio Grande do Norte, para trabalhar no corte de cana-de-açúcar no interior do estado sergipano.

Os levantamentos iniciais apontavam que os trabalhadores, além da jornada exaustiva e condições degradantes, tinham suas locomoções limitadas em face de dívidas contraídas com a empresa empregadora.

“Nas diligências realizadas foram confirmados os indícios iniciais e encontrados 11 trabalhadores, oriundos dos Estados do Maranhão e do Piauí, submetidos às mesmas condições investigadas no inquérito inicialmente instaurado. Os trabalhadores foram resgatados e a eles restabelecidos os direitos trabalhistas, incluindo pagamento de verbas salariais, liberação do seguro-desemprego e custeio do retorno aos locais de origem”, informou a PF.

Ainda segundo a Polícia Federal, foi constatado que os trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas de trabalho, por mais de 12 horas diárias, eram alojados em condições degradantes (alojamentos com camas insuficientes, ventilação deficitária, sem água filtrada ausência de utensílios de cozinha e alimentação adequada, em precárias condições de higiene).

Já na frente de trabalho, não eram disponibilizados equipamentos de proteção individual em quantidade suficiente para todos, muitos deles, inclusive, danificados, não havia banheiro e eles cominam em espaço com inadequações térmica e ergonômica. Além disso, sofriam descontos salariais indevidos, que os impediam de retornar as suas casas, já que lhes sobrava menos que o valor para aquisição das passagens de retorno.

Ainda de acordo com a PF, o responsável pela empresa não foi preso em flagrante, por não se encontrar em Sergipe quando das diligências.

Os elementos de prova colhidos subsidiarão o inquérito policial já existente, assim como para um novo, em razão da prática, em tese, dos crimes de Redução a Condição Análoga à de Escravo e Tráfico de Pessoas, com previsão de penas restritivas de liberdade cumuladas de até 16 anos.

A Polícia Federal deflagrou, no ano de 2021, 47 operações policiais especiais, representando aumento de 470% em comparação com o ano de 2020, bem como foi responsável pelo apoio de 57% das ações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel – GEFM, nas fiscalizações de trabalho escravo em todo o território nacional, tendo auxiliado no resgate de 764 trabalhadores ao longo de 2021.



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso