A Polícia Civil de Sergipe (PC-SE) assinou, nesta sexta-feira (06), a portaria que padroniza o atendimento em todos as delegacias do estado a mulher vítima de violência doméstica. Para a delegada-geral Katarina Feitosa, esse procedimento vai facilitar que a vítima seja acolhida mais rapidamente.

“A Polícia Civil tem 90% dos cargos de comando sob responsabilidade das mulheres e hoje estamos antecipando as comemorações do dia Internacional da Mulher comemorado no próximo domingo (08). Vamos buscar atender com mais humanização todas mulheres”, disse.

Feitosa reconhece a dificuldade nas instalações nas delegacias do interior e pede que mesmo assim as vítimas não deixem de procurar a polícia para registrar ocorrências. “Nas unidades no interior muitas vezes falta infraestruturas para melhor receber essas mulheres, por isso, estamos conversando com o governo a viabilização de restruturação. Contudo, as mulheres não podem deixar de registrar a violência sofrida”, ressaltou.

Nos dois primeiros meses de 2020, cerca de 193 registros de violência contra mulher foram feitos em Aracaju. Na Grande Aracaju, foram 78 casos. Em Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju, são seis registros feitos diariamente, segundo a delegada Maria do Socorro, responsável pela delegacia do município. “Lá em Socorro temos uma sala reservada para atender todas as mulheres que chegam tristes e magoadas porque muitas vezes o agressor é o companheiro. Após esse acolhimento pergunto sobre o interesse abrir processo”, explicou.

A autoridade policial passa a atender as ocorrências e deverá informar à vítima os direitos conferidos a ela; e ouvi-la, em separado, no mesmo dia da confecção do boletim de ocorrência. Caso existam lesões corporais aparentes, deverão ser colhidas imagens fotográficas dessas, mediante autorização. Outro procedimento a ser adotado é que seja requisitada a perícia, especificando que se trata de crime de violência doméstica e familiar contra a mulher.