Política


Advogados de Lula intermediaram propina a auditor do TCU, diz MPF


Publicado 09 de setembro de 2020 às 13:00     Por Peu Moraes     Foto Rovena Rosa / Agência Brasil

O novo desdobramento da operação Lava-Jato aponta para a participação de escritórios de advocacia ligados a políticos que ocupam ou já ocuparam cargos majoritários, entre os advogados Orlando Teixeira e Cristiano Zanin, responsáveis pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como intermediadores de esquema de propina no Tribunal de Contas da União (TCU). As informações foram publicadas pelo site O Antagonista, nesta quarta-feira (09).

Segundo a denúncia da Operação E$quema S, os advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins recomendaram a Orlando Diniz contratar o advogado Vladimir Spíndola para atuar nos bastidores do Tribunal de Contas da União . Isso envolvia, segundo o Ministério Público Federal (MPF) no Rio, o pagamento de propina ao auditor de controle externo do tribunal Cristiano Rondon Albuquerque.

De acordo com a denúncia, o escritório de Spíndola recebeu R$ 4,8 milhões da Fecomércio-RJ para atuar em favor de Orlando Diniz, e não da entidade. E o advogado repassou R$ 827 mil ao auditor do TCU. O dinheiro foi distribuído ao auditor por meio do escritório do advogado Edgar Leite, que subcontratou o escritório Leonardo Henrique M Oliveira Advogados para repassar o dinheiro ao auditor, que trabalhou para a banca, como distribuição de lucros. Para o MPF, o repasse foi registrado dessa forma para dissimular a origem ilegal do dinheiro, o que caracteriza o crime de lavagem.

Segundo a denúncia, “esse contrato [da Fecomércio com Spíndola], cujo escopo era falso, na medida em que os serviços ali apostos não condiziam com o ‘trabalho de bastidores’ e corrupção de servidor público promovidos por VLADIMIR SPÍNDOLA e outros denunciados”.

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