Cidades


Aracaju retrocede ao estimular uso de carro em novo Plano Diretor, aponta estudo da USP


Publicado 09 de novembro de 2021 às 17:43     Por Fernanda Souto     Foto Ana Lícia Menezes/ Prefeitura de Aracaju

Uma análise feita pelo Centro de Estudos da Metrópole, da Universidade de São Paulo (USP), aponta que o Plano Diretor de Aracaju propõe medidas que estimulam o uso do carro e caminha na direção contrária das tendências atuais do planejamento urbano. A capital possui a maior frota de automóveis proporcionalmente à população dentre as capitais do Nordeste, e a segunda pior taxa de mortes no trânsito.

A 15ª Nota Técnica “Políticas Públicas, Cidades e Desigualdades” do Centro analisa sobre a proposta para o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) do município, com foco nas questões sobre o sistema de transporte e acesso à cidade. O estudo analisa temas que foram trazidos em NTs já publicadas pelo CEM para a cidade de São Paulo, em um esforço para avançar em análises de cidades situadas fora do eixo Sul-Sudeste.

“O Plano Diretor deve buscar uma cidade mais sustentável e justa. No entanto, o tema de transporte urbano, fundamental para tal, é abordado sob uma perspectiva já ultrapassada, de busca por uma crescente oferta de espaço para os automóveis, que contraria o novo paradigma da mobilidade urbana sustentável e, inclusive, princípios apresentados na própria minuta inicial”, destaca a nota.

Segundo o secretário municipal da Infraestrutura e presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização de Aracaju, Sérgio Ferrari, as propostas apresentadas na elaboração da minuta do novo Plano Diretor foram elaboradas a partir de estudos e de análise feitas pelo corpo técnico da Prefeitura.

Entre as diretrizes que estão apresentadas na minuta, a revisão estabelece uma proposta de zoneamento, estabelecendo quatro categorias, referentes à ocupação urbana: adensamento preferencial, adensamento básico, adensamento controlado e adensamento restrito.

A revisão do Plano Diretor propõe ainda um mapeamento de Áreas com Diretrizes Especiais, como áreas de interesse ambiental, social ou de vulnerabilidade e risco, além das áreas de interesse urbanístico.



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