Cidades


Cantora Antônia Amorosa faz poema em homenagem a João Alves


Publicado 25 de novembro de 2020 às 14:19     Por Larissa Barros     Foto Reprodução

Após a morte do ex-governador de Sergipe, João Alves Filho (DEM), a cantora sergipana Antônia Amorosa homenageou o ex-gestor em um poema publicado nas redes sociais. O democrata faleceu aos 79 anos, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, por volta das 22h30 desta terça-feira (24).

Ele estava internado na unidade de saúde desde a última quarta-feira (18), após sofrer paradas cardíacas. João estava sedado, respirando com a ajuda de aparelhos e sem função renal. Ele também foi diagnosticado com covid-19. Nesta semana, os médicos relataram para a família que o estado de saúde dele era grave e irreversível.

Leia a íntegra do poema:
A viagem de um guerreiro

Vi um cavalo de asas
Atravessando a terra
Subindo montes e serras
Vendo planícies e montes
Transfigurado gigante
Moldado feito menino
Deixando nos desatinos
Dores e mágoas também
Vi anjos dizendo amem
Ele vencendo seu vale
Atravessou os seus males
Enfrentou a solidão
Esquecido dos outroras
Foi deixando esta vida
Pulsando na sua lida
Tudo que já viveu
Foi deixando as pelejas
Atravessou os seus dias
No ápice das agonias
Foi privado de tal dor
Foi coberto de amor
Em sons de oração
No cobertor da canção
Sua memória dormia
Mas a memória daqueles
Que dele não se lembrava
A lembrança despertava
Daquilo que ele fez
Começou em um dois três
E aos poucos cada mão
Foi escrevendo justiça
Com flores e com tição
Dos distantes aos amigos
Os justos se levantaram
E a todos eles falavam
Sobre o homem que dormia
Que ao ser consciente
Fez tanto por sua gente
No calor de cada dia
Vi anjos em cada canto
Sorrindo com o seu voo
fio prateado rasgou
Atravessando a luz
Vi brilhar a sua cruz
No meio da escuridão
A lágrima de cada irmão
Que de fato o amava
Ouvi a voz que cantava
Ele venceu o combate
E todos em toda parte
Diziam: todos perdemos
Aquele que ensinou
Como se ama uma terra
Sua missão se encerra
Seu legado ascendeu
O justo reconheceu
As lutas de um guerreiro
Com maiúsculo BRASILEIRO
Que via no seu torrão
Um pequeno em crescimento
Que ele queria ajudar
A crescer e a brilhar
Como sendo o seu chão
Até que seu coração
Cansado de tantas guerras
Desta vida se encerra
Uma história de futuro
Do homem que não foi muro
E escreveu uma história
De fé rezas e de glórias
Tendo na sua madrinha
A proteção do Pai
Que sempre o abençoou
O homem que trabalhou
Pela terra que o aplaudiu
E a ele também feriu
Mas ele a perdoou
E Deus na sua bondade
Permitiu desligamento
De lembranças do passado
Entrou no esquecimento
Mas o mesmo Deus de justiça
Deixou o tempo passar
Para seu povo acordar
E saber que a justiça
Tem asas de tempo e espada
Que corta ao meio a enxada
De quem olha o que tece
E depois não reconhece
Dos feitos que ele fez
Então Deus mais uma vez
Concede oportunidade
De cada um na verdade
Pedir perdão e receber
E na vida perceber
Que o caminho do guerreiro
É sina de todos nós
Então desate seus nós
E reconheça o guerreiro
Esse bravo brasileiro
Que lutou por sua gente
Sorriso largo e contente
Fez o que conseguiu
Pensou grande entre pequenos
E mudou a nossa história
Estará em cada memória
E na história do Brasil
Na história de um povo
De um Estado bem pequeno
Que teve um filho grande
Que por ela, grande pensou
E nela realizou
Feitos inimagináveis
Mudando nossa paisagem
Como um grande sonhador
Vejo o cavalo de asas
Levando para o céu
Um pecador perdoado
Deixando atrás todo fel
Vejo um sorriso largo
Antepassados a frente
Acolhendo um vencedor
Que deixa um reino de lutas
Nos braços do Salvador
Estás livre, livres estás
Deste mundo de angústias
Estás em Deus glória a Deus
Com um novo coração
Na jornada desta vida
Entre erros e acertos
Deixas marcado com jeito
A marca de um João
Soldado de um povo simples
Da cidade e do sertão
Que irá sempre lembrar
No chapéu ou no gibão
Das suas visitas nas casas
Abraçando sua gente
Vá em paz siga contente
Leve nossa gratidão.

 



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