Cidades


Cerca de 200 famílias ocupam prédio no centro de Aracaju


Publicado 02 de dezembro de 2020 às 11:42     Por Fernanda Sales     Foto Reprodução/Google Maps

Moradores sem teto vindos de vários pontos da região metropolitana de Aracaju ocuparam um prédio localizado na avenida Ivo do Prado, no centro da capital. A ocupação batizada de João Mulungu e organizada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), abrigam cerca de 200 famílias desde a última sexta-feira (27). O local já foi sede da Polícia Federal, anexo da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) e está sem uso há mais de cinco anos.

O coordenador estadual do MLB, Tiago Bezerra, destacou que todas as pessoas que ocuparam o local estão sem moradia. “É uma grande contradição do nosso país, em Aracaju temos 25 mil pessoas que não tem onde morar e na região metropolitana, esse número passa de 40 mil pessoas. Nós organizamos pessoas sem teto mesmo, todas as famílias que cadastramos não tem onde morar”, explicou em entrevista à Fan FM nesta terça-feira (1).

Tiago Bezerra destacou ainda que apenas os policiais estiveram no local após a ocupação, mas o que eles pretendem é um diálogo com o poder público. Segundo ele, as famílias foram organizadas no local seguindo as recomendações de distanciamento social. “Temos um quantitativo de crianças, idosos e pessoas com deficiência e estamos mantendo um certo cuidado de distanciamento, o uso de máscara e álcool em gel para segurança de todos por conta da pandemia. O prédio é grande e dá para alocar as famílias com segurança”, acrescentou.

De acordo com a coordenadora nacional do MLB, Alana Nascimento, o movimento MLB existe há 20 anos no Brasil, fazendo trabalho nas capitais, “que estão sendo abandonadas”. “Esse prédio estava fechado há muito tempo. Muitos prédios, que poderiam ser usados como moradia popular, são abandonados e entregues ao tráfico de drogas, aos lixos. E o MLB tem esse projeto de fazer ocupação para obrigar o governo a por em prática o artigo 6º da Constituição, que é de moradia digna. Queremos dialogar, mandar polícia não resolve nada. 2020 foi um ano que o preço das coisas aumentou demais e o que o poder público tem de projeto? Não é só auxílio emergencial, tem que ter política pública”, finalizou a coordenadora do movimento.

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