Polícia


Jovem que estava desaparecida na Serra da Miaba pode ter sido estuprada, diz polícia


Publicado 19 de outubro de 2020 às 10:20     Por Eduardo Costa     Foto Divulgação/PC-SE

A universitária Joana Gabriela Coutinho, 21 anos, que ficou desaparecida por cinco dias na Serra da Miaba, em São Domingos, no Agreste Central sergipano, pode ter sido vítima de estupro após ter sido drogada involuntariamente. Foi o que afirmou a Polícia Civil do Estado de Sergipe (PC-SE) ao detalhar em coletiva, na manhã desta segunda-feira (19), a Operação O Poder da Esperança, que investiga o desaparecimento da soteropolitana e prendeu seis pessoas. Segundo o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Victor Barros, não está descartada a hipótese de violência sexual para com a estudante.

“O exame genital não evidenciou violência sexual recente. Coletamos material da região genital, e a análise deu negativo. Mas o uso de preservativo gera também o exame negativo, por não haver secreção. O coito não ficou evidenciado, porém a confirmação se dá através do depoimento da vítima”, afirmou Victor.

O delegado Wilkson Vasco, que comanda as investigações, detalhou o caso. Joana Gabriela Coutinho é de Salvador e estuda engenharia florestal na Universidade de São Paulo (USP), mas veio a Aracaju visitar uma irmã. Ela conheceu o suspeito Ryan Vinícius por uma rede social 15 dias antes de subirem a Serra. Ele foi caracterizado como um “profundo conhecedor” do local.

Segundo o delegado, no caminho até a Serra, eles “passam em uma mercearia e compram bebida de cogumelo, identificada depois como alucinógeno. Joana começa a se sentir desorientada, nas palavras dela ‘tendo sensações maravilhosas’. Chegam à Serra, acampam e encontram um amigo de Ryan, um piauiense chamado Maicon, e dois argentinos, Guido e Lucas. Ela descreve que passou o dia todo se sentindo mal”.

Foram presos o suspeito Ryan Vinícius, os argentinos Guido e Lucas, o piauiense Maicon e o homem que vendeu a bebida com cogumelo para os jovens. Os quatro primeiros são investigados por sequestro, tentativa de homicídio, estupro e tráfico de drogas. Ainda há uma investigação paralela contra os argentinos, que teriam ameaçado outra vítima no dia seguinte.

A descrição da jovem indica que ela foi drogada involuntariamente. Ao tentar fugir ela foi ameaçada por Ryan e pelos argentinos, que acampavam a 100m de distância. Ela foi resgatada no dia 2 de outubro, quatro dias após começarem a subida. Joana passou dois dias desacordada na Serra, sem conseguir caminhar, e teve que engatinhar entre 500m e 1km.

Ela foi encontrada com rompimento do tímpano do ouvido esquerdo, pancada na nuca que deixou o osso exposto, dois ferimentos no rosto e sangue na área da pélvis. Foram identificadas incoerências nos depoimentos dos suspeitos, que segundo Wilkson Vasco, “estão no tempo que passaram procurando a Joana, em quem a viu, o que usaram e o que compraram na mercearia”.

Joana foi encontrada próxima à nascente de um rio local, e na busca foi encontrado o livro de autoajuda “O Poder da Esperança”. O nome da operação foi definido em alusão ao título do livro que marcava o local em que a vítima foi abandonada.

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