Polícia


Riachão do Dantas: Perícia identifica substância praguicida em bebida alcoólica que gerou mortes


Publicado 27 de outubro de 2020 às 11:20     Por Fernanda Sales     Foto Divulgação / SSP

A Delegacia de Riachão do Dantas, no Centro Sul Sergipano, concluiu as investigações sobre a morte de quatro pessoas após a ingestão de bebida alcóolica no povoado Vivaldo, na zona rural do município. De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o Instituto de Analises e Pesquisas Forenses (IAPF) e o Instituto Médico Legal (IML) realizaram exames, como parte do procedimento investigativo, que IML, nos corpos e no recipiente.

Ainda segundo o órgão, o procedimento investigativo contou com as oitivas de familiares, da responsável pela venda do produto, do esposo dela e também de testemunhas que sabiam do comércio de bebida alcoólica no local.

Segundo o delegado Alisson Lial, as investigações observaram que as mortes ocorreram por uma conduta na qual não havia a intenção de matar, mas que não foram acidentais. “Foram decorrentes de uma conduta culposa, ou seja, não houve a intenção. A senhora fazia a coleta das substâncias vegetais na mata e no quintal de casa. A coleta era feita e não passava por um processo de lavagem. Era tão artesanal que a lavagem do recipiente não era adequada”, detalhou.

O perito criminal do IAPF, destacou que o trabalho pericial envolveu a análise dos recipientes onde a bebida estava armazenada. “Nesse caso, analisamos as três garrafas e um galão azul. Em apenas uma garrafa encontramos o veneno. Possivelmente, as vítimas ingeriram a cachaça que estava presente na mesma garrafa. A substância que encontramos é um praguicida, o metomil, utilizado no combate de pragas em algodão e hortaliças”, frisou.

Para o diretor do IML, Victor Barros, o processo de identificação da substância contou com exames nos corpos das vítimas. “Constatamos na primeira morte a presença do praguicida Em seguida, três pessoas também fizeram o uso da bebida alcoólica e vieram a falecer. O IML também fez a necropsia e a coleta de amostras biológicas, e encaminhou ao IAPF. Então foi feita a identificação de altas concentrações do composto, e foi apontada a causa da morte dessas pessoas”, ressaltou.

A SSP informou ainda que a causa da morte foi atestada como a ingestão da substância. As investigações resultaram no indiciamento da responsável pela venda da bebida alcóolica contaminada e do esposo dela pelo crime de adulteração ou falsificação de substância ou produto alimentício.

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