Política


MP investiga lavagem de R$ 2,1 milhões em loja de Flávio Bolsonaro


Publicado 20 de agosto de 2020 às 10:46     Por Eduardo Costa     Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) investiga se as movimentações financeiras na compra da loja de uma franquia da rede de chocolates Kopenhagen por parte do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) tenham sido feitas para lavagem de dinheiro. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os promotores suspeitam que pelo menos R$ 2,1 milhões possam ter sido movimentados.

Segundo a matéria, ao menos R$ 500 mil foram ocultados quando a loja foi comprada em dezembro de 2014, e mais R$ 1,6 milhão na conta da empresa. O dinheiro, de acordo com as investigações, teria sido lançado como venda de chocolates. Parte do valor seria do suposto esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.

As investigações indicam que os valores eram desproporcionais ao faturamento. De acordo com a quebra de sigilo pedida pela Promotoria, os salários de assessores (que seriam do esquema de “rachadinhas”) eram lançados no registro de comercialização da Bolsotini Chocolates e Café. Segundo o Estadão, a Bolsotini foi comprada em 2015 por R$ 1 milhão. Mais R$ 200 mil foram de integralização de capital e R$ 45 mil da taxa de franquia.

Segundo os investigadores, o valor teria sido custeado integralmente por Flávio, e os R$ 550 mil saíram da conta de Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, sua mulher. Em dezembro de 2019, foram quebrados os sigilos bancário e fiscal da Bolsotini e do sócio, Alexandre Ferreira Dias Santini. As suspeitas trazidas pelo jornal indicam que Santini tenha sido usado como “laranja” para simular uma divisão de despesas.

Procurados pelo Estadão, os advogados de Flávio Bolsonaro (Rodrigo Roca, Luciana Pires, Juliana Bierrenbach e Renata Azevedo) não se manifestaram por conta do sigilo das investigações.

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