Política


Colunistas de política analisam a corrida eleitoral pela prefeitura de Aracaju


Publicado 14 de novembro de 2020 às 07:39     Por Adelia Felix     Foto Reprodução / Google Street View

Na véspera das eleições municipais em todo o país, que acontecem neste domingo (15), adiada por causa da pandemia de covid-19, o AjuNews ouviu colunistas de política no estado sobre a corrida pela prefeitura de Aracaju. O processo foi marcado por diversas representações na Justiça Eleitoral; ataques ao atual gestor; denúncias de possível desvio de dinheiro do Fundo Eleitoral, fraude da cota de sexo feminino e falsidade ideológica eleitoral; suposto “derrame de mais de R$ 10 milhões” em compra de votos, entre outras ocorrências.

Em suas respectivas análises, colunistas de relevância no cenário político sergipano destacaram uma disputa eleitoral “fria”, o impacto da pandemia, indefinição dos eleitores entre os 11 candidatos, ausência de bons postulantes e de projetos que tirem Aracaju “do marasmo de várias décadas comandada pelo mesmo grupo”, além da possibilidade de um segundo turno na capital.

Habacuque Villacorte
“Por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19), vivemos em Aracaju uma das campanhas eleitorais mais “frias” dos últimos tempos, com muitas limitações impostas pela Justiça Eleitoral para os candidatos. Sem comícios e sem poder “aglomerar”, a disputa na capital se limita os confrontos nas propagandas eleitorais do rádio e tv, com as carreatas realizadas quase que diariamente e, principalmente, nas redes sociais. Há quem diga que uma campanha assim é favorável para quem tem mandato ou está liderando a corrida eleitoral; mas a redução de gastos também agrada a quem faz oposição; o “cenário” até então desenhado é de um 2º turno na capital. O prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) estaria lá, possivelmente contra a delegada Danielle Garcia (Cidadania). Essa confirmação nós só teremos após o término da apuração no domingo (15)”.

Adiberto de Souza
“As eleições de domingo são atípicas. A covid-19 rasgou o “regulamento” eleitoral, impondo restrições nunca vistas. Não tivemos debates, as grandes passeatas, corpo a corpo, etc e tal. Alguém arrisca dizer se a disputa acaba neste dia 15 ou se vamos para um 2º torno? Eu não sei, nem as pesquisas sabem. Uma delas, divulgada pela TV Atalaia, sábado último, mostra que, juntos, “brancos”, “nulos” e “não sabem” somam mais de 38%, percentual superior aos 34,91% atribuídos ao 1º colocado Edvaldo Nogueira (PDT). Sendo isso real, as eleições estão em aberto, embora essa conclusão não permita negar o favoritismo do prefeito. Qual será o tamanho da abstenção? Quais candidatos ela beneficiará? Lamento dizer que, pela primeira vez em décadas, chego à essa altura do campeonato sem uma previsão mínima sobre o que vai sair das urnas.”

Cláudio Nunes
“Nos últimos dias pelas postagens nas redes sociais, percebe-se que alguns têm apenas retórica sobre saúde, educação, Plano Diretor, mas não apresentarão na prática algo de concreto. Aliás, alguns podem ter até boas intenções, mas daí a cair na fogueira do inferno é uma questão de passos…
Dos nomes que estão aí nenhum reúne todos os requisitos necessários para uma gestão de verdade em Aracaju, sem piegas, sem perseguições e pensando num espaço sustentável, com mobilidade e planejamento urbano de verdade. Todos prometeram, mas quem ganhar não cumprirá. Aliás, é só ler também as promessas de 2016 do atual prefeito.
Aracaju e Sergipe vêm perdendo oportunidades porque não têm lideranças de verdade. A última que pensou adiante foi Marcelo Déda, não só na prefeitura, mas no primeiro mandato como governador com projetos estruturantes como o Sergipe Cidades e o Proinvest.
Ninguém quer discutir governança com planejamento criativo e sustentável… Ninguém quer enxergar mais longe o futuro de Aracaju. Tem que ser ações rápidas e eleitoreiras… Aracaju é um feudo dentro de outro feudo chamado Sergipe Del Rey.”

Diogenes Brayner
“Uma campanha que se manteve fria desde o início de sua campanha. A pandemia do Covid-19 amedrontou o eleitor, que só se manifesta quando carreatas passam em suas portas, mas não se percebe euforia para a disputa eleitoral. Nas cidades do interior há um clima de maior agitação, em razão do eleitor ter vinculação com lideranças tradicionais que travam uma “luta” quase corporal para manter ou adquirir o Poder.
Em Aracaju pouco se percebe em termos de participação popular, tanto que não há um grande número de carros plotados. Com 11 candidatos disputando a prefeitura, passa a impressão de que haverá segundo turno e dá para constatar que o nome do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) será mais votado neste domingo e vai esperar a identificação de que vai enfrentar na final, que ocorre dia 29.
Na relação do provável candidato que estará enfrentando Edvaldo fala-se em Danielle Garcia (Cidadania), Rômulo Rodrigue (PTB) e Márcio Macedo (PT), exatamente nessa ordem, mas ainda com dúvida. Entretanto, percebe-se comentários de que não haverá segundo turno e Edvaldo será reeleito já no domingo. Nessas próximas horas não há perspectiva de mudança, mas a política é um jogo que geralmente produz grandes surpresas.”

Candidatos
Nestas eleições, o AjuNews entrevistou Georlize Teles (DEM), Danielle Garcia (Cidadania), Alexis Pedrão (PSOL), Lúcio Flávio (Avante), Almeida Lima (PRTB), Gilvaní Santos (PSTU), Márcio Macêdo (PT), Juraci Nunes (PMB), Edvaldo Nogueira (PDT) e Paulo Márcio (DC). O prefeiturável Rodrigo Valadares (PTB) também foi procurado pela reportagem em várias oportunidades, mas não teve disponibilidade na agenda.

Além disso, também foram entrevistados os candidatos a vice dos postulantes mais bem posicionados nas pesquisas: Valadares Filho (PSB), Coronel Péricles (DEM), Katarina Feitoza (PSD), Bispa Vanilda (PSL) e Ana Lúcia Vieira (PT).



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